ATA DA OCTOGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 06-10-2008.

 


Aos seis dias do mês de outubro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Maurício Dziedricki, Nereu D’Avila e Nilo Santos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 225/08 (Processo nº 5641/08); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 230/08 (Processo nº 5687/08); pelo Vereador Sebastião Melo, os Projetos de Lei do Legislativo nos 227 e 229/08 (Processos nos 5656 e 5658/08, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 962371, 973140, 980985, 982182 e 985806/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima, Septuagésima Primeira, Septuagésima Segunda e Septuagésima Terceira Sessões Ordinárias. A seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da matéria priorizada para ser apreciada na Ordem do Dia da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Adeli Sell parabenizou os Vereadores que se reelegeram no pleito realizado ontem e solidarizou-se com os que não conquistaram vagas neste Legislativo, lastimando especialmente que a Vereadora Margarete Moraes tenha de deixar esta Casa no ano que vem. Também, manifestou seu descontentamento com a postura de alguns candidatos durante o dia de ontem e considerou imparcial e antidemocrático o comportamento da Brigada Militar na fiscalização dessas eleições. O Vereador Ervino Besson agradeceu os votos recebidos por Sua Excelência na eleição de ontem e congratulou os Vereadores que serão reconduzidos a seus mandatos. Além disso, com relação ao pleito realizado ontem, rechaçou a forma como alguns candidatos conduziram suas campanhas, sustentando que não houve igualdade de condições entre os concorrentes. Finalizando, declarou que Sua Excelência sai deste Legislativo com a mesma dignidade de quando aqui chegou. Em continuidade, foi realizada verificação de quórum para ingresso na Ordem do Dia, constatando-se a inexistência do mesmo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz, tecendo comentários acerca do processo eleitoral de ontem, chamou a atenção para o fato de que as alianças feitas no segundo turno da eleição para Prefeito Municipal alterarão a composição prevista para esta Casa no ano que vem. Além disso, comentou as punições impostas a pessoas que foram flagradas fazendo boca-de-urna, julgando muito leves as penas de pagamento de cestas básicas ou de realização de serviços comunitários. A Vereadora Neuza Canabarro referiu-se a abusos que, segundo Sua Excelência, teriam ocorrido no dia de ontem por parte de candidatos à vereança de Porto Alegre. Nesse sentido, propugnou por fiscalização rigorosa por parte do Tribunal Regional Eleitoral em relação a essas denúncias. Finalizando, mencionou Projetos de Lei de sua autoria, aprovados nesta Casa e ainda dependentes de regulamentação do Executivo Municipal. O Vereador Dr. Raul, em tempo cedido pelo Vereador Sebastião Melo, agradeceu a todos os eleitores que votaram em seu nome nas eleições de ontem, registrando que mesmo não tendo sido eleito, continuará desenvolvendo o trabalho como médico em prol das pessoas mais necessitadas da Cidade. Também, solicitou do Ministério Público Eleitoral uma fiscalização acurada em relação às denúncias de irregularidades apresentadas nesta eleição. O Vereador Adeli Sell, em tempo cedido pela Vereadora Sofia Cavedon, citou ações da campanha eleitoral, realizadas por candidatos a Vereador de Porto Alegre, que não se coadunam com os princípios da ética e da legalidade, declarando que esse tipo de comportamento prejudicou candidatos que realizaram um trabalho sério e não foram eleitos. Sobre o assunto, declarou que irá continuar seu mandato centrado na fiscalização das irregularidades cometidas contra a população. O Vereador Professor Garcia, em tempo cedido pelo Vereador Valdir Caetano, discorreu sobre as eleições realizadas ontem na Cidade, destacando dificuldades enfrentadas pelos candidatos que disputaram mandatos na Câmara Municipal de Porto Alegre. Ainda, relatando casos presenciados por Sua Excelência, sugeriu ao Tribunal Regional Eleitoral a elaboração de cadastro de pessoas com deficiência física, para que seja garantida a esses eleitores facilidade de acesso aos locais de votação. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Aldacir Oliboni, analisando questões atinentes ao papel desempenhado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, agradeceu os votos recebidos nas eleições para Vereador ocorridas ontem. Também, questionou a viabilidade de implantação de algumas ações prometidas por candidatos ao cargo de Prefeito Municipal, enfocando problemas observados na Cidade, em especial junto aos serviços públicos de transporte e saúde. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Professor Garcia elogiou a gestão empreendida pelo Prefeito José Fogaça, lembrando que brevemente será inaugurado o Centro Popular de Compras e manifestando-se quanto às normas para aplicação da Lei Municipal nº 10.443/08, que institui o bônus-moradia para a execução do Programa Integrado Socioambiental – PISA. Finalizando, abordou investimentos efetuados pelo Governo Municipal na Zona Sul de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, em 1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 017 e 020/08, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 014/08, os Projetos de Lei do Legislativo nos 202, 205, 211, 222 e 223/08, os Projetos de Lei do Executivo nos 046, 047 e 048/08, o Projeto de Resolução nº 051/08. Às quinze horas e dezessete minutos, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a tratar e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convidamos os Srs. Líderes de Bancada, antes de iniciarmos a nossa Sessão, a se aproximarem da Mesa da Presidência. (Pausa.)

Por acordo da Mesa com as Lideranças, comunicamos que, na Ordem do Dia de hoje, discutiremos a Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Solicito que o Sr. Luiz Afonso, Diretor Legislativo, tome as providências necessárias.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Maurício Dziedricki esta com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; colegas Vereadoras e Vereadores; cidadãos e cidadãs, ontem o espaço de democracia foi exercido pela população de Porto Alegre nesse pleito eleitoral.

Aos colegas Vereadores que se elegeram, meus parabéns; dos que vão nos deixar na próxima Legislatura, eu guardo boas recordações, e vou sentir falta da colaboração de colegas que ontem não se reelegeram; isso faz parte do jogo democrático.

Eu uso a Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores para agradecer a confiança da população de Porto Alegre ao dar um grande reconhecimento ao nosso trabalho e lastimar profundamente que, na nossa Bancada, a nossa Líder Verª Margarete Moraes, que tão importante serviço prestou a esta Casa e à cultura da Cidade, não ficará conosco na próxima Legislatura, mas nós estaremos aqui com o colega Mauro Pinheiro, que já era Suplente da nossa Bancada.

Eu quero aproveitar este tempo de Liderança para dizer o que ouvi de alguns colegas aqui. Não é porque a eleição acabou ontem; não é porque nós nos elegemos que não faremos uma análise crítica, Verª Neuza Canabarro, de como foram os procedimentos de algumas pessoas. Não as nomino aqui, mas o povo de Porto Alegre pode ver, vai ver, vai haver cobranças sobre a postura delas. E nós vamos verificar, de fato, a prestação de contas de alguns nessa campanha. Porque não é admissível, Ver. Dr. Goulart, que aqueles que trabalham com decência, ética e honestidade sejam atropelados pelas máquinas, pela compra de votos, pela sacanagem que aconteceu nessa campanha eleitoral! Porque daqui saem algumas pessoas com quem eu tenho algumas divergências, mas com quem não tenho divergências no campo da conduta. E há pessoas com quem já tenho divergências no campo da conduta, antes mesmo de elas entrarem aqui, antes de chamá-las de colegas Vereadores!

E eu prometi para mim, ontem à noite, que, no meu próximo mandato, que será o quarto, vou fazer o que já fiz neste terceiro mandato: se necessário for, colega ou não, ou anda na linha, ou faz a coisa certa, ou vai ter o troco, o troco da política, da decência, da ética, porque é isso que o povo de Porto Alegre quer, é disso que o povo de Porto Alegre precisa, que a política brasileira precisa!

Nós verificamos, ontem, inclusive a prisão de candidatos que compravam votos! Isso ainda existe no Brasil! E também quero questionar os dados sobre as prisões em Porto Alegre, sobre a tal de boca de urna, dizendo que foi maior do que nos outros anos. Isso não é verdadeiro! Nos outros anos, a Polícia fazia uma prisão, dizia à pessoa que não podia fazer o que estava fazendo e a soltava; mas, para inchar números, foi feito um auê ontem, mas quem teria de ser preso não foi! Eu vi um que está eleito, que estava no Colégio Mesquita, na Zona Norte, cabalando votos. Cabalando votos dentro do colégio, e está eleito; está anotado, já vou começar a ver esse cidadão de forma diferente. Pessoas que circulavam com bandeiras tiveram suas bandeiras tiradas; isso não era necessário, ou, melhor dizendo, isso não é legal, porque era possível fazer isso. No entanto, para gente que cabalou votos dentro do colégio não aconteceu absolutamente nada! Eu fui lá e vi a presença da força policial. Houve tratamento diferenciado! Isso não é democracia.

E eu, que recebi o apoio popular para estar aqui para o meu quarto mandato, que hoje falo em Liderança do PT, do Partido dos Trabalhadores, não vou calar, porque tenho a coragem de dizer aquilo que é verdade e aquilo que é mentira! Vou dizer, porque acho uma sacanagem as pessoas dizerem que fizeram isso ou aquilo, quando foi esta Casa que fez. Camelódromo é obra da Casa, o Parque Germânia é obra da Casa; as duas obras são da iniciativa privada. Aqueles que falam diferente disso são mentirosos. Mentirosos! Enganaram seus eleitores. E nós não vamos nos calar. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; pessoas que nos assistem pelo Canal 16, TVCâmara; pessoas que nos acompanham nas galerias, eu quero saudar a todos de uma forma muito fraterna, muito carinhosa.

Primeiramente, eu quero agradecer aqui às 5.811 pessoas - homens, mulheres e jovens -que foram às urnas no dia de ontem e deram o seu voto a este Vereador.

Quero parabenizar os Vereadores e Vereadoras que foram reeleitos e também os novos que vão assumir uma cadeira na Câmara Municipal; quero abraçar cada um. Aos derrotados - como eu -, fica aqui meu abraço e o meu reconhecimento.

Se alguém me perguntar se levo alguma mágoa dessa eleição, direi que levo muitas mágoas pela forma, meus queridos colegas Vereadores e Vereadoras, como alguns colegas Vereadores que vão assumir uma cadeira aqui na Câmara Municipal se comportaram nessas eleições. Sinceramente, como um cristão, no dia em que eu tiver que me eleger como Vereador desta Cidade usando as artimanhas que candidatos usaram, prefiro perder as eleições. A dignidade da pessoa vale muito mais do que o mandato; para mim, vale muito mais do que o mandato!

Meus colegas Vereadores, eu fui um dos Vereadores que mentiram para a comunidade. Tenho pavor de mentira, mas eu menti para a comunidade por promessas de Secretários. Ver. Dr. Goulart, ali se iniciou a minha derrota; por promessas de Secretários! O Ver. Professor Garcia é sabedor disso; o Clóvis Magalhães é sabedor disso, porque comuniquei a eles, meu caro Presidente, o que estava se passando nesta cidade de Porto Alegre. O que eu estou falando hoje eu posso comprovar com documentação, se for preciso. Não se faz isso para ganhar as eleições de Porto Alegre! Democracia não é isso aí! Na democracia, deve haver direitos iguais para todos, e não o que aconteceu no dia de ontem, meu querido Ver. Antonio Dib, ou pelo menos nos últimos quinze dias aqui em Porto Alegre; e eu agüentei no osso.

Entrei aqui nesta Casa de cabeça erguida e saio de cabeça erguida! Infeliz aquele Parlamentar que talvez não consiga ter essa tranqüilidade. A coisa mais linda que existe, meu querido Ver. Adeli Sell, é entrar na Casa, na Câmara Municipal, de cabeça erguida e também sair de cabeça erguida. (Palmas.) Agradeço pelos aplausos de vocês, do fundo do meu coração. O que mais me dói, mais uma vez eu repito, minha querida Neuza, é ter a palavra empenhada no sentido de que, com muita luta, tal solicitação da comunidade seria atendida. Eu sou um homem que ainda confia nas pessoas. Eu confio ainda em pessoas que têm o cargo de Secretário! Essas pessoas pelo menos devem ter dignidade e palavra, só que isso infelizmente não existiu. Amanhã é outro dia, e a justiça dos homens pode falhar, Ver. Dr. Goulart, mas a justiça divina, mesmo tardando, vem. E, quando ela vem, ela é muito doída. Eu não desejo mal para ninguém! Mas não se cometem certas injustiças, certas mentiras e procedimentos, como aconteceram nessas eleições.

Vou encerrar, agradecendo às 5.811 pessoas que foram até as urnas dar seu voto para mim. Parabéns aos Vereadores e Vereadoras eleitos! E também tenho a certeza de que a maioria de nós que foi derrotada vai sair daqui de cabeça erguida – isso é que é importante. Isso é dignidade, isso valoriza o ser humano, porque não existe dinheiro que pague a dignidade de as pessoas saírem na rua de cabeça erguida, cumprimentando um amigo ou uma amiga. Isso vale muito mais do que um mandato que a gente consegue de uma forma mentirosa, caluniosa. Isso aí dói muito na alma. Muito obrigado pela atenção, meus queridos colegas Vereadores e Vereadoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito a abertura do painel eletrônico. (Pausa.) Não há quórum para a Ordem do Dia.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero cumprimentar todos os Vereadores aqui desta Casa, porque eu não conheci nenhum dos Vereadores que tivesse alguma conduta indigna e que merecesse a minha reprovação. Como Vereador, eu tenho de cumprimentar todos. Acho que esse pleito que nós enfrentamos foi realmente muito difícil, eu perdi dois mil votos de uma eleição para outra, da eleição passada para esta eleição, mas, como o meu Partido também sofreu muito nesta eleição, eu acabei conseguindo, ainda, uma vaga, fui “salvo pelo gongo”, como diz o meu amigo João Bosco Vaz.

A composição que nós temos hoje, que foi divulgada pelos jornais, pelas rádios e pelas televisões, também ainda não é uma formação definitiva, porque, com toda certeza, esse processo de 2º turno, que começamos agora, é o que vai definir, Ver. Dr. Raul, a próxima formação da Câmara Municipal. Assim foi nas eleições passadas e assim, com toda certeza, acontecerá também nestas eleições.

Creio, Ver. João Antonio Dib, que a Justiça Eleitoral tem de corrigir o que dizem os juízes eleitorais em matéria de proibição, de acordo com aquilo que manda a lei, e aquilo que realmente é feito no dia da eleição. Eu reuni as pessoas que colaboram com a minha campanha um dia antes e disse a todos, Ver. Professor Garcia, que eu não queria que fizessem boca de urna, porque, se a boca de urna é proibida e estava sendo julgada como crime eleitoral, não seria correto que nós, que obedecemos à legislação, fizéssemos a tal de boca de urna. Quando eu levantei, no domingo, para poder acompanhar as seções eleitorais - tenho o costume de percorrer essas seções -, eu me deparei, Ver. João Bosco Vaz, com verdadeiros exércitos fazendo, livremente, boca de urna. E eu pensava que, logo, logo, o Ministério Público, a Brigada Militar, o Tribunal iriam estar em ação, punindo, da forma como foi anunciado: que haveria punição para aqueles que fizessem boca de urna.

À tarde, ligando o rádio, Ver. Adeli Sell, eu ouvi comentários de que alguns militantes que faziam boca de urna e que foram recolhidos pela Brigada Militar estavam fazendo serviço de limpeza dos quartéis – faxina nos quartéis; outros optaram por pagar cestas básicas para poderem se livrar da punição. Foram punições alternativas. E a Justiça Eleitoral o que dizia? Está escrito lá na legislação que é crime fazer boca de urna. Então não era assim tão crime, porque, afinal de contas, bastava um pequeno trabalho alternativo e pronto, a pessoa já estava liberada!

Assim como eu proibi as pessoas que me apoiavam de fazerem boca de urna, acredito que muitos outros candidatos também tenham agido dessa forma. Isso tem acontecido sempre, eleição após eleição. Eu acho que o Tribunal Regional Eleitoral tem que ser, realmente, um Tribunal que possa impor respeito, punindo as pessoas que estiverem transgredindo as regras ou criando regras permissivas para todo mundo. Se criar regras permissivas para todo mundo, vamos todos - os candidatos -, então, organizar bocas de urna; porque assim são conquistados muitos votos. Ou, se o Tribunal ameaça e não faz absolutamente nada ou faz muito pouco com aqueles que estão transgredindo a lei, o que acontece é que vale a pena transgredir a lei, porque aqueles que transgridem a lei levam uma vantagem enorme sobre os outros.

Acho que essas regras eleitorais têm que ser revistas: ou se libera total, para que todo mundo faça o que bem entenda em matéria de boca de urna, ou que sejam punidas realmente as pessoas que fazem boca de urna e que levam muita vantagem sobre outros candidatos que não o fazem.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Excelentíssimo Sr. Ver. Sebastião Melo, Srs. Vereadores - creio que só há eu de Vereadora, hoje, nesta tarde, em Plenário -; nós não poderíamos deixar de falar sobre o dia de ontem. Nós assistimos a um verdadeiro abuso do poder econômico. Eu não me elegi, mas saio daqui, como o Ver. Ervino Besson disse, com a minha moral intacta: mantive a coerência e, principalmente, observei a legislação eleitoral; não tive boca de urna a meu favor, não consegui colocar um “santinho” em jornal e fui ao limite que o meu Partido estipulou. É uma campanha que pode servir de modelo ao Tribunal Regional Eleitoral. Por quê? Porque há uma proporção na quantidade de “santinhos” que se faz, Ver. Adeli Sell, e das pessoas que se tem à disposição para trabalhar. Há gente que não tem recursos humanos; então, usou os recursos da Câmara? Ou do Executivo? Eu quero ver essas prestações de contas! Ver. Dr. Goulart, o meu mandato vai até 31 de dezembro, e eu não vou me calar, vou colocar tudo aquilo que sei, porque isso tem que servir para abrir os olhos da população! Nós sabemos que os eleitos refletem o perfil do eleitor, mas o eleitor está enganado. Quantas pessoas me disseram que lhes prometeram a realização do sonho da casa própria! Quanta gente me disse: “Vou ter quitado o meu terreno!” Uma senhora me disse: “Eu ia votar em ti, mas consegui hoje o meu alvará, depois de oito meses!” Isso tudo é imoral! Eu não vou me calar, eu vim aqui para fazer o trabalho de fiscalização do Executivo, o trabalho de legislar para todos, não para trabalhar no varejo, e aqui deixei Projetos, agora leis, como por exemplo: distribuição do medicamento na residência para quem tem dificuldade de locomoção - Lei aprovada em 2005, Dr. Goulart, e até hoje não está em execução. O Cadastro Permanente do Deficiente, que é um direito constitucional, também aprovado em 2005, e até hoje está “a ver navios”. Temos um Projeto sobre galeria subterrânea... Ver. Professor Garcia, não estamos aqui legislando para o miudinho, mas para a Cidade, para o seu futuro. A moralização tem que existir, e espero que o Tribunal Regional Eleitoral seja extremamente rígido na análise das prestações de contas que sabemos que vêm por aí. Houve centenas de carros com plotagem, com som, com material... Eu quero ver o correspondente de recursos humanos, a quantidade de material gráfico! Vamos ficar ali atentos, na Internet, porque, se algo vai servir, vai ser para alertar para o futuro. Não vamos estar mais aqui, mas vamos deixar bem claro: tem que haver grandes mudanças nessa legislação, porque o que há aqui... Ou vamos fazer por concurso, porque, se fosse por competência, viriam aqui aqueles que têm conhecimento. Que perfil vamos ter desta Câmara de Porto Alegre, Capital do Rio Grande do Sul? Acredito que cada um tem aquilo que merece, e a gente, às vezes, acha que não é uma boa o que acontece naquele momento. Vejam bem: não é justo também que um idealista se perca nessas picuinhas e nessas negociações que são feitas aqui. No meu gabinete, lobista foi corrido! E eu vou estar aqui, Ver. Professor Garcia, para votar contra o Pontal do Estaleiro. Vou estar aqui para votar contra, porque aí dou mérito ao Prefeito Fogaça, que não quis aprovar e deixou dois anos parado... Mas até o dia 31 de dezembro não vou calar a minha boca. Essa é a promessa que tenho para aqueles que confiaram em mim. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo deste Vereador.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, a quem já cumprimento pela excelente votação neste pleito; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem pela TVCâmara, eu gostaria de deixar, neste momento, uma palavra de carinho, de agradecimento a todos aqueles que estiveram lá digitando o meu número na eleição passada. Acho que tivemos um resultado razoável, eu diria: nós conseguimos ficar na primeira suplência. O nosso trabalho é de “formiguinha”, comunitário, difícil, aumentamos bastante a nossa votação no último pleito, e queremos continuar trabalhando pela comunidade. Não sei se estaremos aqui, ou não, no futuro, mas 3.872 pessoas votaram neste Vereador, significando que algum trabalho nós já fizemos nesta Cidade e que algum merecimento nós devemos ter.

Gostaria de deixar uma mensagem a todos aqueles que, de alguma forma, se engajaram nessa campanha, apoiaram não só este Vereador, mas o nosso Prefeito Fogaça, que fez uma excelente votação, que está aí no 2º turno com toda a força, com um trabalho bem realizado, um trabalho que, com certeza, vai ser colocado novamente à prova, e que vamos, com a consistência necessária, tocar para a frente.

Estamos sempre juntos, sempre trabalhando pela comunidade, quer como médico, lá no postinho de saúde, lá no Murialdo, lá na Vila São Miguel, lá no Campo da Tuca, lá na Ceres, na Restinga, nas ilhas, na Lomba do Pinheiro; enfim, estamos sempre trabalhando. O importante é que tenhamos saúde, tenhamos força de trabalho e que, onde estivermos, possamos dar o nosso máximo, o nosso melhor, procurando, por meio da solidariedade, da compreensão, do encaminhamento, da fiscalização, fazer com que as coisas andem melhor. Tudo isso não para nós, pessoalmente, mas para a sociedade, para que possamos viver numa sociedade melhor, com mais dignidade, com mais planejamento familiar, causa a que me dediquei e me dedico. Eu tive, graças a Deus e à sanção do Prefeito Fogaça, o Centro de Planejamento Familiar desta Cidade aprovado, e acredito que ele vai ser implantado brevemente. Continuarei com aquela preocupação que sempre tive e tenho com os idosos, com as crianças, com a Saúde nos bairros, e acredito que nós estaremos sempre nessa luta. E, sendo ou não Vereador, isso não vai mudar a nossa conduta, a nossa conduta vai continuar, nós vamos continuar - como médico - nos doando, fazendo com que as nossas ações revertam para alguma coisa de bem para os outros na área da Saúde, na área da solidariedade.

Julgamos muito importante este momento, porque é um momento pós-eleitoral, um momento difícil para quem não se elegeu, como foi o meu caso, mas acredito que estamos no caminho certo, estamos trabalhando com seriedade, com honestidade, com dignidade. E é nessa linha que pretendemos nos conduzir sempre, para dar o nosso exemplo na família, na sociedade, e para que nós possamos, efetivamente, ter uma sociedade bem atendida e uma qualidade de vida melhor para todos nós.

Eu gostaria também de frisar a necessidade de uma fiscalização maior, realmente, no pleito. Por quê? Porque, como o Ver. Braz falou muito bem aqui sobre a questão da boca de urna, está-se passando a mão por cima disso. Então, eu acredito que tem que haver uma fiscalização efetiva e não haver realmente boca de urna em seção eleitoral alguma. Eu acho que isso é muito importante, porque a pessoa tem que chegar à urna realmente com seu candidato definido, ou, se não se interessar pelo pleito, que anule o voto e que não pegue um papel do chão, que não chegue um cabo eleitoral e entregue algum papelzinho de alguém, e isso possa cabalar votos. Acreditamos que deva haver uma fiscalizar muito maior e muito mais intensa do Ministério Público Eleitoral, da Justiça Eleitoral para que nós tenhamos as eleições mais parelhas, com uma maior dignidade e representando melhor o interesse e as necessidades da população, enfim, o que a população realmente deseja, o que todos realmente querem. Porque o voto é uma questão muito difícil de se conseguir, e não se admite que ele se origine de um papelzinho no chão ou do fato de um cabo eleitoral entregar algum papel cooptando eleitores no dia da eleição. Saúde a todos! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, como fizeram alguns colegas meus, vou usar o tempo da minha colega Verª Sofia Cavedon para falar de ética. Não me venham, hoje, com bajulações; porque eu, nesta Casa, como sempre fiz, vou “separar o joio do trigo”. Eu quero dizer que vou às comunidades... Por exemplo, na Colina Verde, onde eu faço um trabalho comunitário, um certo colega pintou vários muros lá e, interessantemente, o asfaltinho chegou agora e foi uma conquista do Orçamento Participativo. Na Zona Norte, na Vila D. Pedro, eu tenho elementos no mesmo sentido. E a imprensa que está aqui deveria verificar essas questões. Deveria verificar! Como disse a Verª Neuza Canabarro: por que algumas coisas ocorreram? O papel da imprensa é fiscalizar, e não, como em alguns momentos ocorreu, ficar fazendo matérias a respeito de quem usa ou não usa laptop aqui. Eu quero dizer que eu uso laptop, eu uso e-mail, MSN, orkut, porque isso é modernidade. Eu quero acabar com o atraso! O atraso é comprar voto, o atraso é trocar voto por patrolagem, o atraso é trocar voto por asfalto nas ruas, pelo sonho da casa própria! Isso é sacanagem, isso é pilantragem, isso é sem-vergonhice, isso desmerece a cidade de Porto Alegre! Eu não quero mais estar aqui na Câmara convivendo com colegas que passaram a gadanha nos seus colegas de Partido, nos seus colegas Vereadores, nos seus colegas candidatos! Eu não vou me calar! Eu recebi apoio popular para cobrar! Eu vou voltar nas comunidades onde fizeram fofocas, espalharam mentiras. Houve também aqueles que largaram papelzinho dizendo o Vereador votou contra isso, contra aquilo. Como as pessoas não têm informação, ganharam o voto na sacanagem! E eu me elegi, mas eu ganho voto é na opinião, eu ganho voto na militância, porque às 4h30min eu vou na Carris, com a cabeça erguida, e discuto o futuro da empresa pública Carris. Eu, às 6 horas, estou na porta do Mercado Público para dizer que é um absurdo, uma sujeira aquela cooperativa falcatrua contratada pela SMIC! Como quando eu disse aqui que era mentira a questão do alvará provisório! E vou continuar dizendo: não respeito quem diz pela cidade inteira que criou alvará provisório, o que é uma mentira. Fui eu que criei, quando fui Secretário! Porto Alegre não merece esse tipo de coisa. Não merece a pessoa chegar, enganando as pessoas, e dizer que fez isso, fez aquilo, quando não fez; quando foi a Câmara Municipal que fez!

Ver. Ervino Besson, fiquei feliz com a sua intervenção, com a sua honorabilidade, com a sua decência. O Ver. Raul chegou aqui e explicou o seu estilo de trabalho, e até podemos discordar! Tivemos diferenças na questão das carroças, Ver. Raul, mas em nenhum momento o vi fazer futrica, e V. Exª não é meu colega de Partido.

Nós vamos fazer o que a Itália já fez, uma Operação Mãos Limpas, para mudar esse estilo de campanha, esse estilo de fazer política; porque isso não é política, isso é politicagem! Nós vamos ver tudo isso! Nós vamos passar a história a limpo.

Não tem isso de, por estar eleito, vir bater nas costas, cumprimentar, e não sei mais o quê. Eu sei “separar o joio do trigo”!

Eu me elegi, mas tive colegas que trabalharam decentemente e que não se elegeram, porque foram massacrados pela máquina. Pela máquina! E isso não pode continuar assim.

Enquanto eu tiver voz, enquanto eu tiver o apoio popular para estar aqui, não vou me calar. E sei que falo com o espírito, com a coragem e com a determinação de vários colegas que não tiveram a oportunidade de usar esta tribuna. Continuarei! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, utilizo este período de Comunicações para agradecer ao Ver. Valdir Caetano e a todos em geral.

São momentos difíceis, e este Vereador já participou de seis eleições como candidato. Ganhei quatro, perdi duas; sabemos como é o sistema político no nosso País.

Recentemente, dizia para um amigo que, às vezes, é mais fácil passar no vestibular numa Universidade Federal, concorrendo com muitos candidatos, do que se submeter a uma eleição de Vereador. E disse a ele que a eleição de Vereador é aquela eleição mais difícil, porque é a chance de o eleitor votar num candidato que ele realmente conhece.

Foram quase quinhentos candidatos em Porto Alegre, e, mais do que nunca, esta foi uma eleição de saliva e sola de sapato, ou seja, no corpo a corpo. Fizemos isso inúmeros dias, algumas vezes às 7h30min em frente a uma escola; às 11h30min, ao meio-dia numa escola, numa empresa; à noite, nas universidades.

É também o momento, volto a dizer, de agradecer. E aqui, de forma fraterna, eu quero agradecer aos 6.088 eleitores que me deram, mais uma vez, a possibilidade de ficar aqui nesta Casa, onde estarei ocupando o quarto mandato.

Quando penso que já estou aqui há doze anos, realmente a gente vê a evolução e a questão do trabalho. Quero também dizer que continuo com o mesmo afinco de quando entrei, em 1997; sou daqueles que trabalham diuturnamente.

Quero colocar uma das situações que eu presenciei na campanha, agora, no dia da eleição. E aqui vou fazer um apelo ao Tribunal Regional Eleitoral: quando for fazer títulos eleitorais, que coloque uma pergunta sobre a questão da acessibilidade. Presenciamos, em alguns lugares, cadeirantes, pessoas com perna mecânica que tinham dificuldade para subir degraus, irem de um andar para o outro. Hoje, bastaria fazer um cadastro, verificar quem são os deficientes físicos e colocá-los numa situação de fácil acesso, porque senão fica muito difícil. Ontem, eu presenciei uma situação de um senhor com uma perna mecânica que queria votar, e aí, simplesmente, alguém disse para ele: “Volta e justifica depois.” Ele disse: “Mas eu já estou aqui; como eu já estou aqui, eu quero votar!” E ele subiu toda uma rampa, e depois teve que fazer dois andares, subindo e descendo, colocando as dificuldades.

Então, eu vou pedir encarecidamente ao Tribunal Regional Eleitoral que, daqui para a frente, nos novos títulos, seja colocada a questão da acessibilidade, facilitando as pessoas de votarem em lugares de fácil acesso.

Quero parabenizar todos os Vereadores que se reelegeram, os futuros novos Vereadores, e para aqueles que não se reelegeram eu quero agradecer, de forma fraterna, pelo convívio, porque aprendi muito com cada um dos Vereadores e Vereadoras desta Casa. Na convivência, como Líder do Governo, tive a possibilidade de fazer uma interlocução pessoal com cada um, e eu quero agradecer pelo apoio que sempre me distinguiram, com as suas firmezas e com as suas posições. E quero dizer, em especial à minha Bancada, do PMDB - que constituiu um crescimento grande, seis Vereadores -, que temos muitos frutos a produzir para o próximo mandato.

Então, de forma fraterna, novamente, agradeço aos meus 6.088 colaboradores que acompanham o meu mandato. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; cidadãos, cidadãs, Vereadores que aqui acompanham a Sessão no dia de hoje; é claro que hoje é um dia muito oportuno e especial de, neste espaço tão importante e consagrado pela sociedade porto-alegrense, termos a possibilidade de agradecer àqueles cidadãos que estiveram conosco, principalmente nesses últimos três meses de campanha. E não é diferente comigo, quero agradecer aqui pelos quase seis mil votos que tive a felicidade de receber e, assim, poder me reeleger para mais um mandato. Fico muito feliz e quero agradecer a cada um e a cada uma que estiveram conosco nesta caminhada e que perceberam que o Vereador é uma ferramenta importante para fiscalizar o serviço da Cidade e ajudar a governar a Cidade que todos nós escolhemos para viver, morar, enfim, criar nossos filhos, constituir família e criar uma perspectiva de dias melhores para aqueles que aqui estão e para aqueles que virão no futuro.

Nós percebemos que esta eleição nos questionou muito e questionou muito o cidadão, porque nós estivemos na rua conversando com as pessoas e nós percebíamos, com clareza, aquilo que os cidadãos e a cidadãs podiam perguntar ao Vereador ou, até mesmo, dizer das inverdades que aconteciam, principalmente nos programas de TV, nesses três meses. As promessas eram muito demagógicas. O jornal Zero Hora fez uma pesquisa que demonstrou claramente o que pode e o que não pode um Vereador. Das dez coisas que os candidatos estavam prometendo, só havia duas que eram constitucionais; as oito restantes eram inconstitucionais. Portanto, é preciso repensar as candidaturas para Vereador, como foram repensadas as candidaturas para o Conselho Tutelar. Pega muito mal para fora da Casa, dá uma demonstração de que alguns cidadãos que querem ser Vereadores de Porto Alegre não sabem o que podem e o que não podem como Vereadores da Cidade. Falar de algumas coisas que são inconstitucionais ou que não são iniciativas de um Vereador passa uma impressão, para os que não são Vereadores, de que estamos aqui e não fazemos porque não queremos; mas, na realidade é porque existem as iniciativas do Legislativo e as do Executivo, que dependem somente do Governo Municipal, isto é, de quem está no poder. Vão à telinha e dizem: “Quando me eleger, vou fazer isso”, como se fosse verdade; é demagogia, é demagogia mesmo! Aí, quando se elegem, vêm aqui e há aquela enorme decepção dos cidadãos que o elegeram, pois não fez o que prometeu. É evidente: ele não sabe nem o que um Vereador pode ou tem condições de fazer, por isso há essa decepção.

Por outro lado, percebemos que as candidaturas majoritárias também prometeram coisas que queremos ver para crer. Queremos que esses Projetos venham para esta Casa e que, de fato, as coisas aconteçam, como por exemplo a duplicação das Equipes de Saúde da Família. Nenhum Partido prometeu menos de 200 Equipes de Saúde Família - temos 90 equipes; quero ver para crer. Nós, Vereadores, com certeza, não seremos obstáculo para tal. Não seremos obstáculo! O que queremos é que o cidadão tenha dignidade - no mínimo, dignidade! -; que possa sair da sua casa e ter condições de conseguir uma consulta para ser atendido; que possa sair de sua casa e ter um ônibus a cada sete ou dez minutos; porque, na verdade, não é isso o que acontece. Em muitas regiões, não há ônibus; em muitas regiões, depois da meia-noite, não há ônibus; em algumas, demora trinta, quarenta minutos, até uma hora para passar um ônibus; em muitas regiões, não há sequer ônibus preparado, adequado para as pessoas com deficiência.

Nós temos uma série de problemas na Cidade; se nós formos ver, aqui, nós vamos ficar preocupadíssimos com relação ao passe livre, com relação à passagem única. Há uma infinidade de coisas que foram mostradas na telinha; e para os cidadãos é um mundo colorido que nunca virá, porque os candidatos que prometem dão uma impressão de que vão fazer logo ali, quando forem Governo. E aí, ocorre a decepção, como aconteceu com o atual Governo, quando muitos cidadãos se revoltaram e disseram que iriam mudar. Agora é que vem o grande desafio. Temos duas candidaturas importantíssimas, e uma delas vai assumir a Cidade, com certeza, por quatro anos. É de extrema importância, sim, que nós façamos uma reflexão e que nós possamos ter a certeza de que os nossos colegas, candidatos da majoritária, irão prometer e executar as grandes mudanças que a Cidade precisa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, terminou ontem o pleito para a escolha de Vereadores, Vereadoras, Prefeitos e Prefeitas dos mais de cinco mil Municípios do nosso País. Na realidade, a Cidade de Porto Alegre continua com todo o seu dinamismo, e a Prefeitura continua com as suas atividades normais. O Centro Popular de Compras, dentro de mais alguns dias, vai ser inaugurado. É um antigo anseio da população de Porto Alegre que, durante muitos anos, sempre reclamou e continua reclamando dos camelôs no Centro da Cidade, onde, muitas vezes, as pessoas não conseguem nem transitar. Depois de longas discussões, de um acordo com os camelôs, ficou acertada a criação do Centro Popular de Compras, com um espaço reservado para cada um dos ambulantes registrados na nossa Cidade. Ao mesmo tempo, isso vai fortalecê-los, porque serão vistos de uma outra forma, com mais dignidade.

O Projeto Socioambiental também cresce. Aqueles que passam próximo ao arroio Cavalhada, ali onde está sendo construído o BarraShoppingSul, já começaram a notar que várias das casas que havia na foz do arroio do Arroio Cavalhada já saíram, porque as famílias podem optar por irem para a Vila Nova ou optar pelo bônus-moradia. O bônus-moradia, que foi bastante discutido aqui na nossa Câmara, é uma situação nova, que em Porto Alegre nunca existiu, e que permite às famílias indicarem um local; e esse local tem que ser habitável, a casa tem que estar registrada, tem que estar com todos os impostos em dia. E o que está acontecendo é que mais de 400 famílias, em Porto Alegre, estão optando por retornar ao Interior. Já tivemos esse dado fornecido pelo setor responsável do DMAE, que criou uma comissão para cuidar especificamente do Projeto Socioambiental quanto à questão da moradia.

Então, isso aí também mostra que, com 40 mil reais, em cidades próximas de Porto Alegre, essas famílias podem adquirir uma casa; podem, até, dependendo da região, ter uma nova linha de produção, e, com isso, também ter mais dignidade.

Queremos informar que ninguém recebe 40 mil reais cash, em dinheiro, em espécie; não. O Município compra a casa, dá a posse para aquela família, e só daqui a cinco anos é que eles terão direito à propriedade. Fazemos questão de colocar isto, porque a Cidade anda. E junto a esse local onde hoje há mais de 1.600 famílias ocupando, ali no arroio Cavalhada, vai ser, como eu tenho dito, uma nova Avenida Ipiranga; ou seja, haverá avenida dos dois lados da foz do arroio Cavalhada, levando praticamente até o bairro Nonoai, que é um local de grande circulação. Sem contar ainda que, hoje, Porto Alegre tem 27% de saneamento básico, e vai passar para 77%, com canos de 1,60m, indo da Usina do Gasômetro até a Ponta Grossa, com uma usina de decantação lá, e devolvendo, ao lago Guaíba, água tratada. E o que se espera é que até 2012 já possamos ter balneabilidade até a Pedra Redonda.

Então, muda muito, e, quando eu coloco isto, eu também faço questão de externar os grandes investimentos que estão sendo realizados na Zona Sul da Cidade.

Por isso, eu faço questão de colocar que a eleição terminou, mas a Prefeitura continua trabalhando, e muito, por seus munícipes, com grandes obras que a população está vendo. E, cada vez mais, vai ver o crescimento e o desenvolvimento da nossa Cidade, até porque este ano, do Orçamento de 2 bilhões e 826 milhões de reais, mais de 300 milhões foram de investimento para o aprimoramento e a evolução da Cidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Ver. Professor Garcia.

Está encerrado o período de Comunicações.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4915/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 205/08, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que denomina Rua Jackson Soares Lentz o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Dois Mil Novecentos e Vinte Seis, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. Nº 5473/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 223/08, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Praça Zaléia Marques dos Santos o logradouro não-cadastrado, conhecido como Praça Sete – Vila Mapa II –, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 5263/08 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 051/08, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao Colégio Concórdia Porto Alegre.

 

PROC. Nº 5002/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/08, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que inclui arts. 3º-A e 3º-B na Lei nº 5.395, de 5 de janeiro de 1984 – que proíbe a contratação de força de trabalho, em caráter permanente, através de pessoas físicas e de empresas intermediárias ou locadoras de mão-de-obra –, alterada pela Lei nº 8.319, de 10 de junho de 1999, condicionando o pagamento pela prestação de serviços de limpeza, higiene e manutenção efetuados nos próprios do Município por cooperativas de trabalho e determinando que o Executivo Municipal lhes exija equipamentos de proteção individual – EPIs – dos cooperativados.

 

PROC. Nº 4835/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 202/08, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Izar Faria Corrêa Sant’Anna o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 7052.

 

PROC. Nº 4981/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/08, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o § 3º do art. 152 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, que estabelece o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre, e alterações posteriores, ampliando para 30 (trinta) dias a licença-paternidade dos funcionários e estendendo-a ao caso de adoção.

 

PROC. Nº 5666/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 048/08, que declara de utilidade pública a Associação do Voluntariado e da Solidariedade – AVESOL.

 

PROC. Nº 5469/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/08, de autoria da Mesa Diretora, que inclui § 3º no art. 18 da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975 - que institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá outras providências -, e alterações posteriores, remetendo a fixação da pena pela venda de mercadorias sem prévia autorização do Município para a legislação que dispõe sobre o comércio e a prestação de serviços ambulantes, e revoga o inc. XV do art. 18 dessa Lei Complementar.

 

PROC. Nº 5471/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 222/08, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua João Adão de Oliveira o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua Três - Vila Mapa II -, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 5627/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 046/08, que autoriza a permuta entre imóveis próprios municipais e imóvel pertencente ao Hospital Moinhos de Vento, para fins de implementação de uma unidade hospitalar no Distrito Industrial da Restinga e dá outras providências.

 

PROC. Nº 5659/08 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 047/08, que autoriza ao Poder Executivo a concessão de uso de terreno situado na “Área A” – Anexo I, à Federação Gaúcha de Futebol, com área total de 5039,904m², sendo parte de um todo maior, medindo 70m entre as pistas da Avenida Edvaldo Pereira Paiva e 150m da confluência da Avenida Ipiranga com a referida Avenida, e determina a construção do Memorial Luís Carlos Prestes, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 5660/08 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 014/08, que acrescenta parágrafo único ao art. 1º da Lei Complementar nº 548, de 24 de abril de 2006, que dispõe sobre a aprovação e o licenciamento de projetos arquitetônicos de edificações de interesse social inseridas em empreendimentos destinados à Demanda Habitacional Prioritária (DHP), definida nos termos do § 3º do art. 22 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e vinculados a programas oficiais executados pelo Poder Público Municipal, Estadual ou Federal.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

Tendo cumprido rigorosamente a agenda de trabalho proposta para esta tarde, agradeço pela presença dos Srs. Vereadores e das Sras Vereadoras. Está encerrada a presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h17min.)

 

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